quinta-feira, 6 de março de 2008

Beethoven - Sinfonia nº 6

Como dissemos esta sinfonia não poderia ter um contraste maior em relação à quinta. Curiosamente as duas foram escritas em simultaneo e segundo Grove é mesmo provável que a numeração original tenha sido a inversa (primeiro a sexta e depois a quinta). Foi completada em 1808 tendo sido composta entre 1804 e 1808 tal como a quinta. Também como esta foi dedicada aos mesmos Franz Joseph von Lobkowitz e ao conde Rasumovsky. Curiosamente foi estreada exactamente no mesmo concerto em que a quinta o foi (imaginem como foi possível !) e que correu bastante mal. Um programa demasiado longo mal ensaiado terão sido as razões.

Aliás como vos disse a junção destas duas obras dedicada a estes dois homens em conjunto tinha de certeza um significado para Beethoven dado que conforme vos referi era suposto a quinta ser dedicada ao conde Franz von Oppersdorf (que "coitado" se teve de contentar com a quarta sinfonia).

Se a terceira e a quinta endereçam a emoção e a luta pela felicidade do espírito a sexta sinfonia op. 68 em Fá Maior é a primeira e única verdadeira incursão de Beethoven na música programática. Porém note-se que mesmo neste caso Beethoven teve o cuidado de nos avisar que a sua sinfonia mais do que "uma pintura" pretendia retratar os sentimentos de paz e de poesia ao contacto com a Natureza.

Não vamos hoje dissecar os vários andamentos desta sinfonia (até porque são mais do que os habituais - 5 neste caso) e o adiantado da hora já não permite essa veleidade. Deixo-vos por hoje com um parágrafo da análise de Berlioz sobre esta sinfonia:

Mais le poëme de Beethoven!... ces longues périodes si colorées!... ces images parlantes!... ces parfums!... cette lumière!... ce silence éloquent!... ces vastes horizons!... ces retraites enchantées dans les bois!... ces moissons d’or!... ces nuées roses, taches errantes du ciel!... cette plaine immense sommeillant sous les rayons de midi!... L’homme est absent!... la nature seule se dévoile et s’admire... Et ce repos profond de tout ce qui vit! Et cette vie délicieuse de tout ce qui repose!... Le ruisseau enfant qui court en gazouillant vers le fleuve!... le fleuve père des eaux, qui, dans un majestueux silence, descend vers la grande mer!... Puis l’homme intervient, l’homme des champs, robuste, religieux... ses joyeux ébats interrompus par l’orage... ses terreurs... son hymne de reconnaissance ...

Que recomendamos leiam ouvindo o início da Pastoral aqui.

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